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Câncer de mama e sexualidade

cancer de mama

O câncer de mama  é o tipo de câncer que mais mata mulheres em todo o mundo.

Para o diagnóstico da doença, além da mamografia, ressonância magnética, ecografia e outros exames de imagem que podem ser feitos para identificar uma alteração suspeita da doença, é necessário fazer uma biópsia para fechar o diagnóstico e pensar no tratamento.

Após diagnosticado o tratamento pode ser feito com quimioterapia, radioterapia, ou a retirada do tumor em combinação com os outros dois tratamentos.

É inegável que a sexualidade é um tema comumente presente dentre tantas adaptações impostas a uma mulher após o diagnóstico de câncer de mama. Assunto muito presente, porém, pouco explorado e sem a atenção devida.Nossa cultura desde sempre coloca a “responsabilidade” da sexualidade e sensualidade feminina na mama, é só observar pinturas e esculturas desde desconhecidos aos mais renomados artistas feitos a partir do corpo de uma mulher, crescemos educadas a pensar assim também, até que um dia entregam um exame positivo para câncer de mama, colocando em xeque a feminilidade dessa mulher.
De uma cirurgia que se faz necessária a retirada total dessa mama ou até mesmo uma modificação em sua forma, acrescenta-se tratamentos como quimioterapia e/ou hormonioterapia que influenciam diretamente na lubrificação e libido, além de queda de cabelo, fadiga, enjoo, dentre outros, como pensar em sexualidade diante de tantas situações a serem administradas? Mas sim, devemos pensar sim. A sexualidade é considerada um dos pilares para avaliação de qualidade de vida, então pense que cuidando dela você estará sim cuidando também da sua saúde e buscando um melhor resultado para seu tratamento. Alguns produtos como géis lubrificantes podem ajudar na lubrificação natural e vibradores podem estimular e aumentar o desejo.
Fatores emocionais claramente são grandes influenciadores também. O pensamento gira em torno do tratamento para se alcançar a cura, pensar em sexualidade pode se tornar algo inadequado para o momento, o que não é verdade. Conversar com algum dos profissionais que te acompanham pode ser o primeiro passo para o entendimento de que os seus medos e inseguranças são normais, mas que podem ser superados. E claro, importante dividir com seu parceiro(a) as expectativas tanto suas quanto as dele(a), redescobrirem juntos os caminhos que satisfarão aos dois. E acredite, esses caminhos existem e podem ser menos complicados que imagina.
Importante ressaltar que a sexualidade não se resume ao sexo propriamente dito, mas a todos os fatores que circundam e te fazem encontrar seu bem-estar. O sexo poderia ser, talvez, considerado uma consequência, mas antes disso, você pode pensar em como se sentir atraente e autoconfiante, como poderia despertar desejo no outro e em você mesma.
Então, a sexualidade é importante sim, é necessária sim e você tem todo o direito de cuidar dela para poder se sentir bem e completa novamente. Se respeitando, mas sempre buscando o melhor para você.

 

Texto produzido por Thalita Greco

Fisioterapeuta especialista em oncologia

Para mais informações @thalitagreco

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